Temporada 2
Capítulo 4 – After
party e after paixão
Trilha deste capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=yzibA7YP7VM
Bia despertou por volta das 10 horas. Sua cabeça doía. Fazia
tempo que não tinha ressaca.
Levantou devagar e foi até o quarto de Marcela. Que já
estava acordada, porém impossibilitada de caminhar porque sentia uma lesão de
morte na pélvis.
Deitou-se ao lado da amiga. Que falou, entre gemidos de dor:
- Ééééé Bia, parece que você não estava tão bem treinada. Mas
ao menos você se enganou de forma positiva, né?
Sim, ao que tudo indicava, Bebezinho não era gay.
Mas também não fazia diferença, não iria vê-lo tão cedo, não
sabia seu sobrenome nem nada para catá-lo nas redes sociais e puxar assunto.
Porque assim era mais fácil. Nos últimos anos, depois de sair da firma, se o
viu três vezes, sempre ao acaso, foi muito.
Mas enfim, Bebezinho, pela forma como as coisas se
desenrolaram, era de fato uma página de agendinha virada.
*Notificação de celular*
As duas olharam, mas era o de Bia.
Tina havia postado fotos da festa e marcado as duas em todas
as redes possíveis.
Inclusive Marcela se rachando ao som de kuduro.
- ÓDIO!
***
Enquanto preparava café bem forte, Bia recebeu notificação
no celular.
Era um Whatsapp de Eduardo.
Se tremeu toda.
Eduardo: Oi Bia, tudo bem?
Eduardo: Que tal marcarmos aquele jantar segunda?
Bia pensou em fazer gênero, mas foda-se fazer gênero.
Bia: Claro!
Bia: Estarei livre por volta das 19h
Eduardo: Tá.
Eduardo: Te ligo segunda pra combinar o lugar.
Eduardo: Beijo.
E ficou offline.
Bia ainda pensava em Bebezinho, e lembrou que não o conheceu
por meios virtuais. Talvez pudesse ligar para a antiga firma e tentar falar com
ele, talvez tê-lo encontrado naquela festa fosse um sinal de que poderiam se
conhecer melhor. Mas diante da investida de Eduardo, um homem que conheceu na
internet, e que agora demonstrava aquele interesse todo, não pôde pensar em
mais nada. Era a sua zona de conforto, e abandonar isso acarretaria muitas
coisas que não estava disposta a enfrentar no momento.
***
No quarto, Marcela, ainda sem conseguir mover as pernas, lembrou-se
de Márcio. Sentiu o assombro da frustração lhe cutucando o peito.
Chorou umas lágrimas curtas.
E pensou que poderia quebrar seus preconceitos e investir de
vez na vida virtual. Talvez fosse melhor, porque parecia mais fácil. Ao menos
na oferta. Com relação à qualidade, não sabia dizer.
Estava cansada de tentar se enquadrar no que parecia mais
aceitável.
Sim, queria ser aquela que conheceu um homem por meios
antigos.
Sonhava em encontrar alguém que preste na fila da padaria.
Ou quem sabe no parque, num domingo qualquer, enquanto o moço levasse o
cachorro para passear, que se desprenderia da coleira e correria na sua
direção.
Ok, muito Sessão da Tarde.
Mas em resumo era isso. Porque, em sua cabeça, numa época as
pessoas se conheciam assim. Não havia nada que pudesse encurtar distâncias, nem
possibilitar ser outra pessoa pra conquistar alguém mais facilmente.
Era tudo olho no olho. Queria algo assim. Mas estava cada
vez mais convencida de que era impossível.
Nesse caso, não havia outra solução.
Munida de um pouco de coragem, abriu a loja de aplicativos
do seu celular e instalou duas ou três opções de aplicativos de encontro. E
páh.
Marcela mudou de ideia.
Marcela estava, enfim, marcando terreno no mundo dos
relacionamentos virtuais.
Mas antes de qualquer coisa, apagou as marcações das fotos da
Tina.
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