quinta-feira, 5 de junho de 2014

Amores WI-FI - Temporada 2 Capítulo 4: After Party e After Paixão





Temporada 2
Capítulo 4 – After party e after paixão



Bia despertou por volta das 10 horas. Sua cabeça doía. Fazia tempo que não tinha ressaca.
Levantou devagar e foi até o quarto de Marcela. Que já estava acordada, porém impossibilitada de caminhar porque sentia uma lesão de morte na pélvis.
Deitou-se ao lado da amiga. Que falou, entre gemidos de dor:
- Ééééé Bia, parece que você não estava tão bem treinada. Mas ao menos você se enganou de forma positiva, né?
Sim, ao que tudo indicava, Bebezinho não era gay.
Mas também não fazia diferença, não iria vê-lo tão cedo, não sabia seu sobrenome nem nada para catá-lo nas redes sociais e puxar assunto. Porque assim era mais fácil. Nos últimos anos, depois de sair da firma, se o viu três vezes, sempre ao acaso, foi muito.
Mas enfim, Bebezinho, pela forma como as coisas se desenrolaram, era de fato uma página de agendinha virada.
*Notificação de celular*
As duas olharam, mas era o de Bia.
Tina havia postado fotos da festa e marcado as duas em todas as redes possíveis.
Inclusive Marcela se rachando ao som de kuduro.
- ÓDIO!


***

Enquanto preparava café bem forte, Bia recebeu notificação no celular.
Era um Whatsapp de Eduardo.
Se tremeu toda.
Eduardo: Oi Bia, tudo bem?
Eduardo: Que tal marcarmos aquele jantar segunda?
Bia pensou em fazer gênero, mas foda-se fazer gênero.
Bia: Claro!
Bia: Estarei livre por volta das 19h
Eduardo: Tá.
Eduardo: Te ligo segunda pra combinar o lugar.
Eduardo: Beijo.
E ficou offline.
Bia ainda pensava em Bebezinho, e lembrou que não o conheceu por meios virtuais. Talvez pudesse ligar para a antiga firma e tentar falar com ele, talvez tê-lo encontrado naquela festa fosse um sinal de que poderiam se conhecer melhor. Mas diante da investida de Eduardo, um homem que conheceu na internet, e que agora demonstrava aquele interesse todo, não pôde pensar em mais nada. Era a sua zona de conforto, e abandonar isso acarretaria muitas coisas que não estava disposta a enfrentar no momento.

***

No quarto, Marcela, ainda sem conseguir mover as pernas, lembrou-se de Márcio. Sentiu o assombro da frustração lhe cutucando o peito.
Chorou umas lágrimas curtas.
E pensou que poderia quebrar seus preconceitos e investir de vez na vida virtual. Talvez fosse melhor, porque parecia mais fácil. Ao menos na oferta. Com relação à qualidade, não sabia dizer.
Estava cansada de tentar se enquadrar no que parecia mais aceitável.
Sim, queria ser aquela que conheceu um homem por meios antigos.
Sonhava em encontrar alguém que preste na fila da padaria. Ou quem sabe no parque, num domingo qualquer, enquanto o moço levasse o cachorro para passear, que se desprenderia da coleira e correria na sua direção.
Ok, muito Sessão da Tarde.
Mas em resumo era isso. Porque, em sua cabeça, numa época as pessoas se conheciam assim. Não havia nada que pudesse encurtar distâncias, nem possibilitar ser outra pessoa pra conquistar alguém mais facilmente.
Era tudo olho no olho. Queria algo assim. Mas estava cada vez mais convencida de que era impossível.  Nesse caso, não havia outra solução.
Munida de um pouco de coragem, abriu a loja de aplicativos do seu celular e instalou duas ou três opções de aplicativos de encontro. E páh.

Marcela mudou de ideia.
Marcela estava, enfim, marcando terreno no mundo dos relacionamentos virtuais.

Mas antes de qualquer coisa, apagou as marcações das fotos da Tina. 

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