sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Médico e a Mulher Infeliz: Capítulo 5




No capítulo anterior...

Rosaura voltou à clínica para levar uma pasta ao marido, e na saída reencontrou Leandro. Inesperadamente a co nvida para um encontro numa tarde quente de Porto Alegre, e Rosaura aceita.

Capítulo 5

Na primeira esquina Rosaura pegou um carro de aluguel, e teve medo de não lembrar-se do endereço. Ditou-o para o motorista. Já estava atrasada. Suava em bicas.


- A senhora passa bem? – quis saber o homem, aturdido com sua beleza.

- Sim. Rápido, rápido.

Em poucos minutos chegaram no prédio. “Estou louca, louca, loca!”, pensava Rosaura, aturdida e hirta de medo e remorso, porém com uma ponta de felicidade. Queria sentir-se amada, e o fato de estar sendo desejada, ainda mais por um homem tão mais novo, mexia com toda a sua vaidade de mulher. Estava carente. Rosaura pagou a corrida e desceu. Havia um porteiro varrendo a calçada, e logo perguntou para ele sobre o apartamento do jovem.

- Ah, pois não, está esperando pela senhora. – falou ele, com um risinho sardônico na cara.

Sentiu seu rosto em brasas, imaginando que o homem já devia saber sobre o seu encontro furtivo. O elevador estava estragado, e precisou subir cinco andares pela escada. O prédio era antigo, velho, e tudo parecia cheirar à mofo. Tudo de acordo com o que um estudante vindo do interior podia pagar. Suando muito e ofegante tocou a campainha, e desejou que o rapaz tivesse desistido, ao mesmo tempo quis que aquela porta fosse aberta de uma vez. E ele veio. Girou a maçaneta, e a porta aberta revelou a sua bela figura masculina, mais linda do que ela podia lembrar-se do dia anterior.

- Sabia que viria... – disse ele.

- Que loucura, Leandro, que loucura!!

Foi só o que conseguiu dizer, antes de cair nos braços do amado. Há muito que não fazia amor, e um simples beijo lhe incandesceu inteira. Leandro arrancou sua roupa e a agarrou pelas nádegas e, de pé, iniciaram um ato que durou por quase uma hora. Rosaura estava encantada, jamais se sentira daquele jeito antes, como se estivesse vivendo uma fantasia, um conto de fadas, um filme de Hollywood. Aos poucos, foi inebriando-se com os beijos de Leandro, seu cheiro, seu abraço, os pêlos do seu corpo. Parecia ser outra mulher que estava naquela cama recebendo o sexo do amado, e não ela, Rosaura, uma recatada senhora casada da alta sociedade porto-alegrense. Entregando-se àquele amor, fechou os olhos e deixou-se amar.


***


No final da tarde, quando outro carro de aluguel lhe deixava em casa, notou que haviam muitos carros parados na calçada, inclusive uma viatura da polícia. Seu coração quis saltar pela boca. Passou tudo pela sua cabeça, menos o que iria escutar. A criadinha veio ao seu encontro, aos prantos, com as mãos na cabeça:

- D. Rosaura, D. Rosaura!!!

- Que houve meu Deus, que houve?

- D. Rosaura... ele está morto, morto!!!

Atônita, perguntou:

- Quem é que está morto, criatura? Fala!!

- O Dr. Abílio!!!


Na proxima segunda:
O delegado Rodrigo Miranda ia interrogar a viúva, mas diante do pranto de louca da mulher, que chegava a lhe chacoalhar o corpo todo, falou para um dos empregados que voltaria mais tarde. Foi preciso que dois empregados fortes amparassem e carregassem Rosaura para dentro de casa.

 
 
Leia os capítulos anteriores:


Nenhum comentário:

Postar um comentário