sexta-feira, 6 de junho de 2014

Amores WI-FI - Temporada 2 Capítulo 5: A Única





Temporada 2
Capítulo 5 – A única



Marcela acordou na segunda-feira com um gosto doce na boca. Havia bebido vinho na noite de domingo. E acompanhada. Mas não foi resultado dos apps que baixou no celular, e sim obra da confirmação de uma festa no Facebook.


Sábado
15h15

Ainda dolorida, Marcela resolveu passar o sábado na cama com uma bolsa de gelo entre as pernas.
“Nunca mais danço kuduro. Nunca mais bebo.”
Mentira.
Mas naquele momento era verdade.
Estava olhando os inúmeros convites para festas que recebe no Facebook, as quais nunca vai, e resolveu aceitar alguma para socializar com as amigas.
Até porque nenhuma delas iria tocar kuduro.
Escolheu a menor pior e confirmou presença.
*Join*
Não demorou muito chegou uma notificação na inbox. De alguém que não conhecia, ou seja, não tinha entre seus amigos.
Arthur: Oi
Arthu: Tudo bem?
Arthur: Desculpe a invasão, mas acabei de ver vc confirmada na festa e, bem, resolvi vir falar com vc
Marcela: Oi
Marcela: Tudo bem, sem problemas.
Arthur: Posso te adicionar?
Marcela: ok
Marcela não estava dando muita importância para Arthur.
Mas não custava bater um papo, já que ele estava sendo educado. Depois de duas horas de conversa e algumas bolsas de gelo trocadas, Marcela aceitou convite pra tomar um café no domingo.


Segunda-feira
14h
*Notificação do Whatsapp*
Eduardo: Oi Bia
Bia: Oi Eduardo, beleza? Como foi o final de semana?
Falou, sendo genérica no assunto.
Eduardo: Ah foi bom, de muita comilança, e o seu?
Bia: De descanso rsrsrs
Eduardo: Tá certo
Eduardo: Mas então, pensei em te levar naquele restaurante árabe ali perto do hospital, sabe?
Bia: Ah por mim pode ser.
Eduardo: Podemos nos encontrar lá direto, às sete?
Bia: Por mim tudo bem
Eduardo: Até mais tarde então. Bjss
Bia deu uma sacudida no cabelo, tipo comercial de xampu.
Estava sentindo-se a única. Pronta para ser amada.
Concordou, mentalmente, que talvez estivesse um pouco carente, mas estava pronta. Queria, antes de mais nada, se dar oportunidades. E nem sempre é uma tarefa fácil. Mas viu ali uma oportunidade de, ao menos, dar o pontapé inicial.


No dia anterior, domingo
18h
Chovia bastante, e pensou em desistir do café com Arhur.
Mas foi.
Chegou um pouco antes do horário, e pensou consigo mesmo que o café, que também comportava uma livraria, tinha uma péssima decoração. Tinha até uma brinquedoteca na área de livros infantis. Todo o lugar parecia a sala de uma casa mal arrumada. Mas ok, não podia exigir muito de um domingo, e chuvoso. Haviam pessoas estranhas sentadas, e ninguém na mesma situação que ela: um homem sozinho, usando o computador, duas amigas desanimadas debruçadas sobre fatias de torta de frango, e no mezzanino, outras duas amigas conversando.
Arthur demorou muito pra chegar, mas quando chegou, mostrou-se agradável.
Pediu desculpas e sentou-se.
Marcela pediu um mocaccino, mesmo sem gostar muito. Arthur pediu um também.
Conversaram por horas, sobre trabalho, sobre as festas que iam e as que não frequentavam, sobre assuntos sem importância.
O mocaccino acabou, e o café fechou.
- Moro aqui perto, podemos tomar um vinho.
Marcela sabia qual era o código que um convite para beber vinho significava, e por isso resolveu aceitar.
Depois aplicaria mais gelo se fosse preciso, mas naquela noite de domingo, ia #ter.


Segunda-feira
15h
Marcela ainda sentia um gosto bom na boca. Era um gosto de realização pessoal. Estava se sentindo a única, e que merecia ser amada. Ou apenas desejada, que fosse. E nem era por causa de Arthur, mas por estar bem resolvida.
Estava pronta.
*Notificação do Whatsapp*
Arthur: Oi Marcela, tudo bem? Queria saber se você quer ir comigo em uma festa que vai rolar na quarta.
Marcela: ...

________

No próximo episódio de Amores WI-FI:

Bia chegou no restaurante antes de Eduardo, novamente. O mesmo restaurante em que Marcela esteve com Márcio.
Tentou não visualizar o último encontro com ele, mas não conseguiu. Em sua cabeça estavam aqueles momentos todos, uma fantasia delirante onde não era Bia, e sim uma outra mulher.
Tinha em mente o que gostaria de ter dito, mas não sabia se teria ânimo para falar tudo.
Eduardo chegou.
E novamente não a viu sentada na mesa perto da entrada.

“Porra, Eduardo!” 

2 comentários:

  1. Não sei exatamente como vim parar aqui ( estava entre as 300 abas abertas do Chrome e não consegui identificar a fonte) e também não consegui achar o nome do autor/autora no blog ( meu stalk está fraco) para mandar um e-mail. Só queria dar parabéns pelos textos. Assim como algumas pessoas gritam "essa é minha música" na balada, lendo os contos da Bia e da Marcela eu tenho vontade de gritar "essa é minha história". Parabéns :)

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    1. Andre, muito obrigado!!! Me chamo Ricardo, e fico muito feliz em ler esse comentário :D
      Certamente Bia e Marcela carregam um pouquinho de todos nós ^^^
      Abraço!!!

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