Ele entrou no ônibus.
Sentou do lado da cobradora. Ou melhor, na poltrona que o posicionava de frente para ela.
E para sua surpresa ela esboçou um sorriso.
Não pra ele.
Para algo que uma passageira falou.
Não pôde deixar de imaginar o motivo daquele sorriso, que certamente não era por causa da moça.
Talvez ela tivesse tido um date (novamente linkando seu estado emocional com o amor).
Talvez tivesse recebido um elogio.
Talvez tivesse ficado feliz por algo relacionado com um familiar ou amigo.
Talvez tivesse tocado no rádio que escutava sua música favorita.
"Um passinho bem lá no fundo do carro por favor! Quem não for descer libera a porta!"
E ele se lembrou que, às vezes, a gente apenas sorri. Sem motivos. No automático mesmo. Ou para camuflar qualquer coisa que na hora dá preguiça de explicar.
25/9/2014
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