E lá estava novamente a cobradora.
Ele entrou no ônibus e a viu, com sua cara fechada e seus fones de ouvido.
Tentou não imaginar a vida da moça, porque talvez ela estivesse imaginando a sua.
E isso poderia não ser muito agradável.
Então entrou uma senhora no ônibus.
Boca escancarada num sorriso que não fechava nunca e meia dúzia de dentes.
E ela perguntou pra cobradora:
- Mas porque tão séria?
A cobradora tentou sorrir, sem sucesso.
- Mas porque tão triste?
A cobradora falou algo, embora sem emitir nenhum som. Mas pela leitura labial ele deduziu que fosse algo como “não tô”.
Mas podia ser “xô”.
E entendeu que, muitas vezes, a cobradora representa o ser humano em geral e a vida é a senhora da boca desdentada: sempre vai haver um momento em que você quer apenas ficar na sua, e será cobrado/questionado por isso.
22/9/2014
Ele entrou no ônibus e a viu, com sua cara fechada e seus fones de ouvido.
Tentou não imaginar a vida da moça, porque talvez ela estivesse imaginando a sua.
E isso poderia não ser muito agradável.
Então entrou uma senhora no ônibus.
Boca escancarada num sorriso que não fechava nunca e meia dúzia de dentes.
E ela perguntou pra cobradora:
- Mas porque tão séria?
A cobradora tentou sorrir, sem sucesso.
- Mas porque tão triste?
A cobradora falou algo, embora sem emitir nenhum som. Mas pela leitura labial ele deduziu que fosse algo como “não tô”.
Mas podia ser “xô”.
E entendeu que, muitas vezes, a cobradora representa o ser humano em geral e a vida é a senhora da boca desdentada: sempre vai haver um momento em que você quer apenas ficar na sua, e será cobrado/questionado por isso.
22/9/2014
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