sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O Médico e a Mulher Infeliz - Capítulo 15




No capítulo anterior...
Depois de receber a visita do delegado Miranda, que pediu para considerar a hipótese de Dr. Abílio ter cometido suicídio, Rosaura foi para o quarto. Enquanto tirava a roupa, foi surpreendida pelos olhos famintos de João.


Capítulo 15

Rosauara não conteve um grito, coisa que não intimidou João. Ele, então, entrou no quarto.
- O... o que quer aqui, seu louco? Como ousa? Saia, me ouviu? Saia agora!
Ele, então, mesmo desnorteado ao ver o corpo seminu de Rosaura, falou:
- Eu ouvi tudo o que o frouxo do delegado disse. A senhora pode enganá-lo, mas... – parou para engolir um pouco de saliva - ...a mim a senhora não engana. Sei tudo! Eu vi Leandro saindo daqui hoje de tarde, depois de foder com a senhora. Eu sempre desconfiei de vocês, desde que ele a colocou no banco do carro, olhando para seus peitos. E sempre achei que tivesse alguma coisa a ver com a morte de Dr. Abílio. Agora tenho certeza. Ouviu? Tenho certeza!
Ela, então, provocou o homem, usando todo o cinismo possível:
- Como... como pode pensar isso de mim, João? Que feio... – disse, mordendo o lábio.
E tirou seu soutien. João arregalou uns olhos quase maiores que o orifício onde estavam, e ela veio em sua direção:
- Acha que eu não sei que sempre quis me possuir? Ora, via nos teus olhos! Olhos de lobão! Desde sempre vi que me desejava, mas eu não podia fazer nada João, não podia, seria demais para Abílio ser traído pelo motorista.
E continuou com sua atuação digna de filme.
- Mas eu confesso, João, confesso que me sentia desnorteada. Tentada... confesse, João, confesse que você me quis esse tempo todo...
Desconcertado, João foi tomado de uma vergonha súbita:
- Eu... eu não... D. Rosaura, eu... me desculpe...
Pareceu um menino querendo beijar pela primeira vez.
Ela, então, agarrou João pela sua nuca larga e o beijou como beijava Leandro. Foi um beijo longo. Enquanto isso, João agarrava os seios de Rosaura, feito um louco, gemendo:
- D. Rosaura, D. Rosaura...
Rosaura deixou-o fazer o que quis.
Na mente do motorista, aquele instante supria uma vida inteira, nada do que viveu poderia ser maior do que aquela tarde, no quarto da patroa, tocando sua boca e seu corpo. Tinha a certeza de que seria apenas uma vez, uma única oportunidade de fazer tudo o que sempre quis, uma oportunidade de estar no Olimpo. João deslizou suas mãos ásperas pelas curvas que sempre quis manobrar, com cuidado, até sentir a quentura secreta de Rosaura, uma parte de seu corpo que parecia ser intocável.
João sentiu uma emoção tão grande, que um arrepio de felicidade lhe estremeceu o corpo inteiro, chegando às suas mãos, vacilando na firmeza com que agarrara a mulher segundos antes. Estava tão feliz por ter em seus braços a mulher que amou e desejou que um sentimento quase infantil lhe assaltou os sentidos. De repente, João se sentiu um moleque, e tamanho sentimento só pôde ser expresso por meio de lágrimas. Sim, João começou a chorar, e a mesma felicidade se misturou à enorme responsabilidade que era comer Rosaura. Não conseguiu administrar as duas coisas, e tombou ao chão, nos pés de sua deusa.
- Perdão, perdão, não posso, não posso te possuir!!! Deus, não posso!!!
João perdera completamente o senso da realidade. Esqueceu o motivo que o levou ao quarto, as suas suspeitas e tudo o mais. Diante de sua reação patética, Rosaura, nua e em pé, olhando para baixo, sentiu nojo do motorista. Apesar de não ter a menor vontade de ser possuída por aquele homem torpe, a ideia de ser rejeitada na cama lhe pareceu uma afronta sem tamanho. Nunca nenhum homem lhe disse um não. Rosaura não era mulher de ficar com trepada pendente.
Enfurecida, esbofeteou a cara do motorista três vezes, o que só aumentou seu pranto de criança. Foi então que, ainda nua, olhou-se no espelho, virou-se novamente para João, levantou seu rosto e disse:
- Quer saber o que realmente aconteceu? Vou te contar tudo!! Dane-se!! Dane-seeee!! – Gritou, feito uma louca.
 ***
Enquanto isso, o jornal A Manhã, comentando a nota enviada pelo delegado Miranda, saia da prensa, e estaria nas bancas na manhã seguinte.
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