terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Médico e a Mulher Infeliz: Capítulo 17



No capítulo anterior...
Rosaura começa a contar para o motorista toda a verdade sobre a morte de Abílio.


Capítulo 17
Na manhã seguinte, ao chegar no trabalho, Dr Abílio desesperou-se, porque percebeu que esquecera a pasta preta em casa. Pediu à Nina que ligasse para sua esposa, avisando-a que era para ela levar a pasta até a clínica pessoalmente. Nina achou ótimo, pois era sua chance de recuperar o material. Nina ainda o achou um grande idiota, pedindo para a esposa levar uma pasta com aquele conteúdo, mas tinha o velho hábito de só confiar na esposa para o transporte de documentos importantes. Então, algum tempo depois de contactar Rosaura, ela chegou na clínica, linda como sempre, o que lhe despertava inveja, com a pasta em mãos. Nina disse-lhe:
- Olá D. Rosaura... Que bom que a senhora veio... Eu estava aflita...
E Rosaura, que, na verdade, sabia muito bem o conteúdo da pasta, falou:
- Nada, nada... Acho que está tudo aí.
Após entregar a pasta, Rosaura foi embora. Nina executou um trabalho para Dra. Elizabeth e, cerca de vinte minutos depois, foi à sala de Dr. Abílio, que lhe chamou.
- Ela trouxe a pasta? Trouxe?
Ela, cinicamente doce:
- Calma meu querido, ela está vindo já. Enquanto isso, relaxe um pouquinho, sim? Dra. Elisabeth precisou sair e Dr. Alberto não veio, somos só nós...
Pouco antes, Rosaura encontrava Leandro no lado de fora. Ficara atormentada com sua presença. Ele declarou-se para ela, e não resistindo, Rosaura fez o mesmo. Saiu correndo para o carro, e Leandro resolveu ir para o seu apartamento, onde iria marcar um encontro com a mulher pouco depois.

Enquanto isso, Nina e Dr. Abílio entregavam-se à um sexo selvagem, na maca do consultório, sem nem tirar toda a roupa. Nina estava enlouquecida, fêmea, felina, loba, cavalgando sobre o colo do médico sem nem imaginar que, naquele exato momento, Rodolfo, o açougueiro, que fora declarar-se para ela, assistia à tudo estupefato, com um sentimento de vingança tomando conta de si. Rodolfo escutou um barulho; alguém abriu a porta. Pensou ser um médico qualquer, pois estava de jaleco branco. Rodolfo escondeu-se atrás de um móvel. Mas não era um médico, e percebeu isso quando viu que o homem carregava uma faca e uma arma em punho. Era Antônio, o dentista noivo de Nina, que descobrira tudo sobre o caso que a mulher tinha com o médico, o qual ele achava que era por amor, sem nem imaginar o plano diabólico do qual sua jovem noiva fazia parte. Ele invadiu o consultório. Nina gritou de espanto. Eram gritos horríveis. Por um momento, Rodolfo desejou que ele estivesse matando a vagabunda que lhe traíra. Mas ele não o fez. Nina gritava “Pare, pelo amor de Deus Antônio, pare com isso!”, sinal de que o alvo era Dr, Abílio, que uivava de dor. Então, um estampido foi ouvido, era o tiro certeiro que deu cabo da vida do médico. Em seguida Antônio foi embora, como um autômato, deixando Nina desesperada. Rodolfo viu-a sair da sala ainda com os seios de fora, respingada pelo sêmem e pelo sangue de Dr. Abílio, ajeitando o vestido. Foi até o telefone e ligou para o Dr. Alberto. Ela dizia, fora de si:
- Ele morreu! Morreu! Mataram ele!
- Quem morreu? Mas o que houve? Calma mulher, e me diga!
- Abílio! Abílio! Antônio matou ele!!
Houve uma breve discussão, sobre de quem seria a culpa, o que iriam fazer. Então, Nina falou:
- Sim, sim, a pasta está aqui. Com as fotos.
E despediu-se. Então, deixou seu corpo escorregar pela parede até o chão, chorando compulsivamente, estava nervosa e assustada. Logo depois foi ao banheiro, momento esse em que Rodolfo aproveitou para pegar a tal pasta que estava sobre a mesa. Por um hábito que não sabia explicar, carregava consigo uma faca. Ainda estava tomado de raiva. Então, entrou no consultório e o corpo de Dr Abílio estava lá, mergulhado num rio de sangue. Tomou cuidado de não pisar no líquido vermelho, e possuído pelo seu sentimento de vingança, esfaqueou ainda mais o homem. Satisfeito, saiu da clínica com a pasta. Semanas depois, Rodolfo iria utilizá-la para fazer chantagem contra Nina, pois percebeu que o que eles queriam era arrancar dinheiro de Dr. Abílio, e não matá-lo. Chantagem que Rodolfo jamais faria, depois do desfecho do caso, após o que aconteceu com João e Dr. Alberto.

Naquela tarde Rosaura encontrou-se com Leandro. Fizeram amor, de todas as maneiras. Leandro não fazia parte do plano, era um rapaz inocente, totalmente inocente, cujo único crime foi roubar seu coração. Nem Nina nem Dr. Alberto desconfiavam de que Rosaura estivesse se encontrando com ele, nem jamais saberiam.

No velório, Nina procurou disfarçar seu nervosismo, o contrário de Dr. Alberto, que até vomitara. Mais do que nervoso, queria o dinheiro, de qualquer maneira, e iria fazer uma última tentativa para isso, muito depois do enterro de Dr. Abílio.

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