quinta-feira, 3 de julho de 2014

Amores WI-FI - Temporada 3 Episódio 9: O Que é o Amor?





Temporada 3
Episódio 9 – O que é o amor?


Trilha inicial deste episódio: http://www.youtube.com/watch?v=Q4oEsjO4LpM


Bia acordou disposta naquele domingo. Não apenas porque teria um novo encontro com Gabriel, que havia lhe prometido umas novidades musicais, mas porque estava apenas bem disposta.
Mentira, estava ansiosa pelo encontro.
Estava tão ansiosa que mandou uma mensagem no grupinho do Whatsapp.
Bia: Oi meninas!!
Bia: Estou ansiosa hoje, vamos almoçar todas juntas?
Bia: <3 nbsp="" p="">
Bia: tô nervosa
Tina: Oi Bia!! Sdds!! <3 p="">
Tina: Por mim pode ser estou livre :D
Marcela: É verdade, Bia está uma pilha! Vamos sim gente.
Bia: Depois vou encontrar Gabriel.
Bia: Até logo mais Tina, no restaurante de sempre :D
Tina: Ok!!! Bjos gente =*

***

Tina chegou, e estava diferente.
Uma boa parte era por conta de Rafael, mas muito se devia à reflexão que teve diante do espelho naquela noite, antes de sair pelada dançando Jessie J pela casa.
Havia uma autenticidade em seu jeito de ser que antes era impossível de notar.
Tina estava se dando a oportunidade de ser quem era. Com todos os defeitos que tinha direito, inclusive. Mas autêntica.
- E então Bia, quer dizer que a coisa está engrenando? – perguntou ela.
- Olha, não sei. Apesar de ter passado semanas, será recém nosso terceiro encontro. Vocês sabem né, a síndrome dos...
- Não complete a frase! – Falou Tina – Vai atrair coisa ruim!
Bia e Marcela riram da ingenuidade de Tina, afinal, a simples menção não iria causar a tragédia.
- Relaxa, Bia – disse Marcela – vocês estão super bem entrosados, vai levando na boa, sem maiores expectativas, que tudo se encaminha bem. E falando em entrosados...
Tina riu, sem jeito.
- Sim, estamos entrosados. Rafael é um querido. Quando estou na casa dele, ou ele na minha, temos nossas rotinas particulares. Ficamos juntos, mas também ficamos sozinhos. Enquanto ele ouve as músicas country dele, sentado em sua poltrona favorita, eu faço as minhas pesquisas por emprego. Ainda não apareceu nada, mas vai.
Tina, enfim, havia virado gente grande.
Seu jeito meio maluco ainda estava lá, porém havia aprendido algumas lições, e assim, pôde olhar para o que realmente importava.
Rafael, de vez em quando, agia como se estivesse num dos filmes que Tina assistia na adolescência. Pretty In Pink era o seu favorito, e não perdia uma reprise. Ao menos era assim que ele a fazia se sentir.
Um pouco mais especial do que achava que era.
Bia relembrou que na sua adolescência fora extremamente alheia ao mundo.
- Eu era confusa em muitos aspectos. Sabe dúvida de tudo? Essa era eu.
Bia não namorava.
Bia não frequentava festas.
Bia não tinha amigos fora da escola.
Mas Bia não era infeliz, ao contrário do que as amigas constatavam enquanto contava.
Hoje lamenta em parte ter sido uma menina tão reclusa e tímida, mas cada um tem o seu próprio jeito.
O tempo há de adaptar as pessoas aos requisitos da vida.
Marcela contou sobre o barbudo.
- Quer dizer então que a senhorita está envolvida?
Questionou Tina.
- Sim, há um envolvimento.
Marcela continuou contando sobre o barbudo para Tina. Enquanto isso, Bia saía apressada para encontrar Gabriel. O tempo voou e nem percebeu.
Saiu com o vento bagunçando seus cabelos.
Parecia ter saído de uma cena de Sex & The City.

***


Bia encontrou Gabriel no parque da cidade. Ele estava super carinhoso, como sempre.
No dia seguinte seria seu aniversário, mas Bia não quis perguntar nada sobre possíveis comemorações.
Deixou que ele a convidasse, caso fizesse algo.
Eles escolheram um banco que ficava no caminho de passeio. De início Bia ficou um pouco sem jeito, não estava acostumada a receber beijos e abraços diante de tantas pessoas.
Mas “azar”, pensou.
Era o seu momento.
Gostava do fato de Gabriel lhe olhar fundo nos olhos. Passava confiança, e também segurança.
- Como foram seus dias?
Perguntou ele.
Mas nem havia necessidade de perguntar, porque eles conversavam diariamente pelo Facebook. Mas achou carinhoso o seu interesse.
- Foi tudo bem. Nenhuma novidade. O trabalho segue do mesmo jeito, Marcela e eu não temos saído muito.
- Eu só tenho saído para ir na casa de uns amigos. De vez em quando nos reunimos. Pra beber, jogar conversa fora, e depois dormimos.
Gabriel disse que, numa dessas reuniões, iria levá-la para conhecer aqueles que, conforme ela já havia entendido, eram pessoas muito especiais para ele.
De vez em quando os dois ficavam alguns minutos em silêncio. Bia encostava a cabeça em seu ombro, ou, disfarçadamente, ficava observando o desenho do seu maxilar.
Já havia feito isso outras vezes. Ficava observando cada detalhe seu, para relembrar quando chegasse em casa.
A tarde foi caindo devagar. E a noite trazia consigo as luzes artificiais que possibilitavam o movimento dos casais pela cidade.

***

Marcela estava sem 3G, e tinha pressa de chegar em casa.
Queria falar com o barbudo. Saber como ele estava. Apenas ganhar um oi.
Pra ela era o suficiente em meio aos caos de sua rotina diária.
Depois de uma tarde papando com Tina, ouvindo maravilhas sobre Rafael e parabenizando-a por todos esses momentos que ela bem merecia, era hora de ter o seu momento.
Chegou em casa e antes de qualquer coisa ligou o computador. Porque, como estava um caco, demoraria para iniciar.
Nesse meio tempo foi colocar uma roupa mais confortável. Espiou pelo wi-fi do celular e sim, havia uma mensagem do barbudo.
No texto, ele contava que estava bebendo alguns drinks com amigos. Mas queria saber como ela estava.
Não esperou o computador ligar. Aquela carroça do inferno.
- Estou bem, passei horas com uma amiga, cheguei agora.
Barbudo contou que estava planejando levá-la por vários lugares quando fosse visitá-lo.
Cafés, galerias, restaurantes.
Marcela acompanhava tudo animadíssima. Lembrou-se que Romeu não planejava nem uma ida até o buteco da esquina. Se não tomasse iniciativa, viveriam em casa.
Mas passado é passado, e o seu estava lá, com a cafeteira.
Ele também falou que iria cozinhar para ela.

*Barbudo sent you a sticker*

Marcela riu de fofura.
Ela disse que cozinhava muito mal, mas lavaria toda a louça. E que enquanto ele cozinhasse, ficaria na cozinha, ajudando a picar tomates ou cebolas e roubando beijos.
- Isso é importante. Vou gostar da sua companhia lá. É chato preparar tudo sozinho, sem ter com quem conversar.

*Marcela sent a sticker*

- Hahahaha sim, vamos formar uma ótima dupla.
Falou ele.
- :3
- :3

E se despediram, pois ele precisava dar atenção aos amigos.

Assim que fechou o Facebook Bia chegou.
Estava radiante.
- Transou, amiga?
Brincou Marcela.
- Nããão haha, passamos o dia juntos, e depois fomos em um bar beber cerveja e comer alguma coisa. E estou exausta, vou pra cama.
Bia tomou banho e se deitou. Teve o cuidado de não adormecer em seguida, queria repassar cada lembrança do dia.

***


Bia chegou no trabalho cedo. Era aniversário de Gabriel, queria pensar em um post bacana para publicar no seu Facebook.
Não era muito a favor dessas coisas, não costumava fazer, mas achou que para ele valeria a pena.
Pesquisou uma imagem carregada com uma certa dose de fofura e escreveu algumas frases inspiradas.
“Foi”, pensou.
Gabriel, que estava sempre online, demorou para curtir a postagem.
“Ok, geralmente os aniversariantes curtiam no dia seguinte”, e foi fazer o seu trabalho.
Um pouco depois veio a notificação. Era um comentário de Gabriel.
“Ah, obrigado!”, escreveu ele.
Bia ficou com uma cara de quem é molhada por um carro que passa correndo pela poça de água.
Mas ok, foi continuar trabalhando.
Durante a tarde, viu que ele criou um post convidando uma enorme turma de amigos para comemorar o seu aniversário logo mais. Marcou um por um.
E seu nome não estava lá.
Convidou até uma amiga sua, uma amiga que tinham em comum, e ela não. A Vitória, e ela não.
Estava oficialmente #chatiada.
Porém isso não foi o que mais lhe atingiu.
Quando chegou em casa, no início da noite, abriu o Facebook. E leu uma atualização de status na  página de Gabriel.


* Gabriel está em um relacionamento sério com Vitória* 

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