quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Amores WI-FI - Temporada 4 Episódio 4: O príncipe relâmpago







Não demorou muito e o tal moço, o provável turista estrangeiro, puxou assunto com Marcela. Ele falava um português meio enrolado, e misturava algumas expressões em espanhol e inglês.  

Então ele explicou que era italiano, e que estava viajando pela América do Sul. Marcela sentiu-se boba ao constatar que estava empolgada pelo fato dele ser estrangeiro. Já que na Copa não conheceu nenhum.

Mas acima disso tudo, ele era lindo. Tinha um olhar doce, simpático.

Ele contou que estava hospedado em um hotel novo na cidade. Marcela gelou, era na rua de trás de onde trabalhava.

A comunicação estava demorada, afinal, turista passa o dia na rua e certamente tem dificuldades de conexão. Mas, entre uma mistura de idiomas, Marcela entendeu quando o moço a convidou para sair.

Marcela disse que sim, mas diante das dificuldades já citadas, ele não mais respondeu.


***


Enquanto isso, Bia conversava com o menino novo.

Ele se chamava Bruno, estudava design e tinha um visual meio alternativo. Gostou mesmo numa primeira olhada. Ele contou que não era da cidade, que havia se mudado para estudar.

Era aquele estágio inicial de qualquer conversa virtual.

Não demorou muito estavam falando sobre tomar um café juntos. Bia achou engraçado o fato de existir um padrão metodológico para os primeiros encontros. Tirando os casos em que as pessoas logo marcavam de fazer sexo casual, tudo girava em torno de um café.

Parece que café era o elixir do amor. “Será que ele tem algum efeito na atração?”, pensou. Iria tomar um expresso duplo para garantir.

Era uma fórmula certeira: algumas horas ou quem sabe dias papeando, convite para um café, troca de olhares (análise mútua), em alguns casos beijo na boca e/ou sexo ou convite para um segundo date.

Era um roteiro que Bia muito havia seguido. Nem sempre com sexo. Nem sempre com segundo encontro. Nem sempre um oi tudo bem” nos dias seguintes. Mas não usou essa recordação como empecilho.

- Sim, vamos tomar um café no final de semana.

Disse ela, respondendo para Bruno.


***


Quando chegou em casa, após o trabalho, Marcela foi conferir suas mensagens no Tinder e havia um novo recado do estrangeiro. Ele havia entendido que sairiam juntos naquela mesma noite, mas Marcela já estava longe.

Então sugeriu um café depois do almoço.

Ele aceitou, prontamente. 



Havia algo nele que a deixava um tanto fascinada. Não foi como o encantamento por Ícaro, mas algo semelhante. Talvez porque ele fosse de outro país, com uma cultura diferente, viajado, e que a veria com outros olhos.

Era um príncipe relâmpago. Mas relâmpago mesmo, porque, no mesmo dia em que marcaram um café, ele viajaria para outra cidade, para continuar suas experiências em terras tupiniquins.

Naquela noite Marcela não dormiu.


Só conseguia pensar no encontro diferente que poderia ter no dia seguinte. Talvez fosse um dia de sorte.

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