Trilha
inicial: https://www.youtube.com/watch?v=5G4y_uikcpU
Tina tentava
em vão falar com as meninas por whatsapp.
- Devem estar
dando, aquelas vagabundas!
Gritou num
momento de raiva. Precisava desabafar, contar de Rafael, precisava que alguém
dissesse que estava perdendo a cabeça e que retomasse o juízo.
Mas isso
sabia que não podia. Porque juízo nunca teve.
Então
sentou-se diante do espelho. Queria que ele falasse alguma coisa, enviasse
algum sinal, mas nem ele estava lhe dando atenção. Não estava sendo uma noite
fácil. Queria estar com Rafael de novo.
Foi então que
recebeu uma mensagem dele, quebrando o silêncio desde que saíra de sua casa.
Rafael: Oi
Tina, tudo bem?
Rafael: Por
que você foi embora tão rápido?
Rafael: Achei
que a gente fosse conversar.
Tina: Ué, eu
tentei, mas você me puxou pra cama...
Rafael: Eu
tava com saudades.
Tina sentiu
suas articulações se soltando, e aos poucos foi se desmontando toda diante
daquela frase. Não estava preparada.
E assim, Tina
entrou novamente em mais um de seus flashbacks do tempo de escola.
Trilha do
flashback: https://www.youtube.com/watch?v=4NVhBmzEaZI&index=2&list=PLB69866762C11B0B0
Tina, então
uma mocinha, estava voltando pra casa quando lembrou de um menino que era louca
pra sair. Ele fazia parte do grupo de jovens da igreja, e por isso Tina havia
entrado no grupo, para estar perto dele.
Era uma
tortura passar as tardes entoando músicas religiosas e participar de encontros
com outras paróquias, mas tudo por ele.
Neste dia
Tina resolveu ser direta. Estava passando por um orelhão e ligou para ele. Não
tinha linha na sua casa, era difícil ter telefone naquela época.
- Alô, Paulo?
É a Tina!
- Oi Tina,
tudo bem?
- Tudo ótimo!
Olha só, to ligando porque estava com saudades!
- Hã... eu to
com visita em casa, a gente vai se falando tá? Tchau!
Tina voltou
do flashback.
E assim
sentiu-se meio Paulo naquele momento. Paulo certamente não estava com saudades,
mas fugiu. Tina estava com saudades, mas fugiria também.
Tina: Hã...
eu to com visita em casa, a gente vai se falando tá? Tchau!
E assim foi
tomar um banho para dormir. Essa seria a melhor forma do seu dia terminar em
meio a tanta confusão afetiva.
***
Trilha final:
https://www.youtube.com/watch?v=bv4q4Kk0Qr0
Marcela e
Henrique chegaram no seu bar favorito. Estava lotado, mas um casal resolveu
dividir um espaço no sofá com eles. Foram logo pedindo drinks e petiscos.
Estava
tocando uma playlist diversificada, mas assim que sentaram tocou uma música da
Meredith Brooks, que Marcela havia inclusive cantado num karaokê uma vez.
- Amo essa
música! – Falou Henrique.
E Marcela se
encheu de uma felicidadezinha boba. Porque aquela música falava um pouco sobre
o momento. Ela se sentia um pouco de tudo perto de Henrique. Uma pecadora e uma
santa. Como pode um homem provocar tantas sensações?
Os dois
ficaram cantarolando a música juntos até o final, e trocaram mais uns beijos
com gosto de mojito e caipirinha.
Trilha final:
https://www.youtube.com/watch?v=n-QSBjscJZo
Marcela já
estava alterada, mas nada disse a respeito de transar. Estava curtindo a vibe
pseudoamorosa que Henrique lhe proporcionava.
Por alguns
momentos fez de conta que estava numa relação de verdade, que Henrique não iria
embora, que iria acordar com ele muitas vezes. E só então percebeu o quanto
estava sendo ridícula. O quanto estava vazia por imaginar essas coisas.
E o pior de
tudo era saber que esse sentimento era unilateral.
Henrique, por
mais que estivesse gostando de sua companhia, iria chegar em casa e tocar a
vida. Seguir em frente, com outros crushes. Com o tempo Marcela se tornaria
aquela amiga querida que lhe acompanhou por lugares divertidos em uma cidade
diferente.
Nos olhos
dele já via um adeus.
Diante de
todos esses pensamentos resolveu creditar tanta merda ao fato de estar bêbada.
Então apenas segurou na mão de Henrique e aproveitou o momento que tinha.
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