segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Amores Wi-Fi - Temporada 6 Episódio 15: É Tiro!





Às vezes o que a gente precisa é descomplicar. E que a parte interessada faça o mesmo. Bia vinha praticando isso, especialmente ao dar oportunidade para vários encontros, pois, além de estar de fato fazendo uma tentativa, estava aprendendo antropologicamente.

*som de match no Tinder*

Como neste caso. Menino bonito, várias fotos interessantes, talvez um pouco novo demais, mas não podia ser tão exigente, afinal, sendo maior de idade o resto era negociável (com ela mesma).

Eles começaram a boa e velha conversa despretensiosa.

- Oi.
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo, e você?
- Tudo bem também.
- Que bom.

Até o rapaz resolver estender a sua resposta.

- Na verdade não estou nada bem. Acabei de perder meus pais num acidente, estou desesperado, não sei o que fazer da minha vida, está tudo uma bosta, só consigo chorar.

Bia ficou olhando o celular por alguns minutos e só conseguiu responder: “meus pêsames”.

Na verdade desconfiou da veracidade daquela história. Tinha faro aguçado para golpes. Como uma vez que um homem maravilhoso deu match e, no primeiro contato mandou a tabela de preços. Prostituto de luxo! Tempos depois deu match novamente, mas sem tabela de preços. Dessa vez ele informou estar na Argentina, porém a distância mostrada era de 4 km.

“Caralho acha que sou burra?”, pensou.

O fato é que achou estranho o papo do então órfão. Alguém de luto dificilmente estaria caçando, abaixo de suas próprias lágrimas, postando fotos sem camisa, querendo uma fodinha. Talvez fosse sua maneira de lidar com a situação, mas o fato é que, verdade ou não, Bia não queria ser psicóloga de ninguém, muito menos de pretendente a date.

Não falou mais com o menino.

Largou o telefone e foi se produzir para encontrar Marcela na festa de aniversário.

“Hoje vou bem gata, a noite será dos homens ao vivo”, pensou.

***

Marcela e Henrique haviam acabado de jantar. Pizza com nozes, uma das favoritas de Marcela.

Precisariam chegar cedo para pagar o valor mais barato do ingresso. “Pobreza”, pensou, enquanto fazia Henrique mastigar com mais rapidez para não perderem o prazo.

Era perto e poderiam ir caminhando, assim digeriam a comida mais rápido.

Quando chegaram, a aniversariante, uma amiga de Bia e Marcela, a Rafaela, ainda não havia chegado com o namorado, o Agostino.


Marcela não era fã daquele bar, que normalmente tocava umas playlists musicais que não era possível nem dançar e nem ficar parada. Mas foi, porque gostava muito de Rafaela.

Logo depois Bia chegou e mais uns amigos, e na sequência Rafaela e Agostino.

Na pista de dança Marcela e Henrique sentiram falta de uma música mais pop, então ocupavam a falta de dança com abraço e beijo na boca.

Bia circulava pela pista, até que esbarrou em um contato do Tinder, um rapaz chamado Andrey, o qual nem falava mais após tentativas fracassadas de encontro.

- Oi, tudo bem?

- Tudo, e você?

- Tudo ótimo.

Bia seguiu caminhando por entre as pessoas espremidas e as luzes coloridas que vinham do teto, mas, ainda naquela noite, iria beijar Andrey. E reencontrar um antigo caso.

***


Tina chegou no prédio calma, lívida, de m jeito que só o desespero é capaz de proporcionar.

Estava desesperada por dentro. Desesperada para resolver sua situação, em abrir o jogo com Rafael e dizer que queria voltar pra ele.

Quando entrou no apartamento Rafael não a esperava, pelo expressão de surpresa que fez. Mas ele entendeu que deveria se explicar, mesmo tanto tempo depois.

- Eu surtei, Tina, não deveria ter agido daquela forma com você, que precisava de apoio. Eu nunca soube lidar com situações extremas de dificuldade. Me perdoe por eu não ter sido o homem que você esperava que eu fosse.

Era tudo o que Tina queria ouvir, e nem precisou falar nada. Abraçou Rafael e depois transaram, como nos bons tempos, depois que tinham alguma briga boba. E era o que pareceu ter ocorrido, uma briga boba de alguns minutos, e não uma briga que os separou por meses.

Depois do sexo conversaram sobre o tempo que estiveram separados. Rafael não havia namorado ninguém, por isso salientou que, no dia que a encontrou na saída do banco, com cupcakes na mão, era para a mãe dele. Não havia ninguém, salvo saídas ocasionais sem importância.

Tina ouvia tudo com atenção e um certo aperto no peito, algo que não podia explicar a causa. Rafael adormeceu com o passar das horas, mas Tina permaneceu acordada, iluminada apenas pela luz fraca que vinha da rua, na mesma posição até o nascer do sol.

***


Bia havia trocado vários beijos com Andrey até o momento que ele foi embora. Continuou lá, tentando dançar aquela música estranha, quando avistou Bebezinho. Havia ficado com ele em uma festa de world music, quando até então achava que ele era gay.

Depois daquele dia nunca mais havia falado com ele, e vê-lo ali, naquela pista de dança, lhe imprimiu um calor no peito.

Ele passou por ela sorrindo de forma sedutora, e tocou em seu rosto. E nada mais aconteceu.


“Ainda pego esse homem novamente”, pensou.

(Relembre o episódio do Bebezinho aqui: http://bit.ly/1XwzHfP)

Rafaela resolveu ir embora da própria festa. Como acharam que o lugar não estava rendendo, Marcela, Henrique, Bia e outros conhecidos foram terminar a noite em um bar próximo que costumavam frequentar.

Marcela circulava pelas ruas de mãos dadas com Henrique, meio que curtindo a vibe namoradinha. Adorava o fato de estar sendo observada pelas outras. Henrique de fato chamava a atenção.

Chegaram no bar e escolheram uma mesinha na calçada.

Com cerveja e muita conversa o tempo passava. De repente um estampido. Por um segundo marcela achou ser fogo de artifício, mas foi só quando todo mundo se atirou no chão é que percebeu do que se tratava, e gritou:


- É TIRO! 

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