terça-feira, 11 de outubro de 2016

Amores Wi-Fi - Temporada 7 Episódio 11: A Mulher do Soldado






Marcela ficou realmente preocupada. Ajeitou sua bolsa no ombro e voltou à recepção.

- Moço, você sabe se o hóspede do 501 saiu?

- Não, a chave não está aqui, creio que ele esteja no quarto.

Aquela afirmação gelou seu corpo como se fosse um defunto.Sua esperança é que ele tivesse saído por algum motivo. Claro que o xingaria muito por isso, mas era melhor do que encontrá-lo caído no banheiro depois de ter batido a cabeça no vaso sanitário.

- Tem algum telefone aqui que eu possa ligar para o quarto?

O rapaz, solícito, apontou para um aparelho que ficava ao lado do sofazinho. Foi lá, discou o número do quarto, e nada. Tentou ligar do seu celular, e nenhuma resposta. Esperou por alguns minutos, tentou ligar novamente pelos dois aparelhos. Foi então que o medo se tornou um desespero real.

Toda se tremendo, foi falar novamente com o mocinho da recepção.

- Moço pelo amor de Deus, se você tem uma chave extra, pega ela e sobe comigo pra abrir aquela porta porque to achando que aconteceu alguma coisa!

Sem jeito, o funcionário pegou a chave e acompanhou Marcela.


***




Sem trocar mais nenhuma mensagem com Andrey desde o ocorrido, mais especificamente os cafés, o cochilo e os episódios de American Horror Story, Bia recebeu uma notificação. Era o vizinho da piscina.

Luciano: Oiii esqueceu de mim, é?
Luciano: L
Bia: Oi moço!
Bia: Quem disse que esqueci?
Bia: Se for por isso, você também não escreveu mais :P
Luciano: Minha pseudo namorada não pode desaparecer haha

Aquela frase lhe deixou com todas as pulgas de um canil municipal atrás da orelha. Pseudo namorada? Estaria Luciano brincando, ou era desses doidos que criam laços sem ter fita o suficiente?

Mas ele era querido, bonito, resolveu ignorar o fato.

Bia: Vamos sair então? Se quiser posso ir na sua casa.
Luciano: Terça que vem?
Bia: Por mim está ótimo.

Que fosse o que Deus quisesse.


***



Marcela saiu do elevador quase correndo. Antes do funcionário pegar a chave, falou.

- Vamos tentar mais uma vez tocar a campainha.

Feito isso, ouviu uns passinhos quase infantis caminhando na direção da porta. O seu sangue ferveu mais do que o kisuco. Então, usando uma camiseta de dormir e cueca, Roni abriu na porta.

Marcela agradeceu o funcionário, que certamente teria uma história para contar nos intervalos do hotel. “A louca que achou ter perdido o amante para a morte”.

- Roni de Deus você quer me deixar maluca? Você sabe quanto tempo eu fiquei tentando ligar pra você? Fiquei vinte minutos na recepção parada feito uma idiota. Como é que você faz uma coisa dessas?

- Desculpa, eu peguei no sono...

Mas Marcela não conseguiu ficar brava muito tempo. Ficou aliviada, na verdade, em saber que Roni estava vivo. Vivinho. Vivíssimo. E de cueca.


O abraçou e deu um beijo. Sentiu-se uma mulher de soldado quando o homem volta inteiro para casa. 

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