Trilha inicial: https://www.youtube.com/watch?v=Q4VK9_CfOLQ
Marcela ficou realmente preocupada. Ajeitou
sua bolsa no ombro e voltou à recepção.
- Moço, você sabe se o hóspede do 501 saiu?
- Não, a chave não está aqui, creio que ele
esteja no quarto.
Aquela afirmação gelou seu corpo como se
fosse um defunto.Sua esperança é que ele tivesse saído por algum motivo. Claro
que o xingaria muito por isso, mas era melhor do que encontrá-lo caído no
banheiro depois de ter batido a cabeça no vaso sanitário.
- Tem algum telefone aqui que eu possa
ligar para o quarto?
O rapaz, solícito, apontou para um aparelho
que ficava ao lado do sofazinho. Foi lá, discou o número do quarto, e nada.
Tentou ligar do seu celular, e nenhuma resposta. Esperou por alguns minutos,
tentou ligar novamente pelos dois aparelhos. Foi então que o medo se tornou um
desespero real.
Toda se tremendo, foi falar novamente com o
mocinho da recepção.
- Moço pelo amor de Deus, se você tem uma
chave extra, pega ela e sobe comigo pra abrir aquela porta porque to achando
que aconteceu alguma coisa!
Sem jeito, o funcionário pegou a chave e
acompanhou Marcela.
***
Trilha desta cena: https://www.youtube.com/watch?v=HQt6jIKNwgU
Sem trocar mais nenhuma mensagem com Andrey
desde o ocorrido, mais especificamente os cafés, o cochilo e os episódios de
American Horror Story, Bia recebeu uma notificação. Era o vizinho da piscina.
Luciano: Oiii esqueceu de mim, é?
Luciano: L
Bia: Oi moço!
Bia: Quem disse que esqueci?
Bia: Se for por isso, você também não
escreveu mais :P
Luciano: Minha pseudo namorada não pode
desaparecer haha
Aquela frase lhe deixou com todas as pulgas
de um canil municipal atrás da orelha. Pseudo namorada? Estaria Luciano
brincando, ou era desses doidos que criam laços sem ter fita o suficiente?
Mas ele era querido, bonito, resolveu
ignorar o fato.
Bia: Vamos sair então? Se quiser posso ir
na sua casa.
Luciano: Terça que vem?
Bia: Por mim está ótimo.
Que fosse o que Deus quisesse.
***
Trilha final: https://www.youtube.com/watch?v=KDtH_Xlcm4k
Marcela saiu do elevador quase correndo.
Antes do funcionário pegar a chave, falou.
- Vamos tentar mais uma vez tocar a
campainha.
Feito isso, ouviu uns passinhos quase
infantis caminhando na direção da porta. O seu sangue ferveu mais do que o
kisuco. Então, usando uma camiseta de dormir e cueca, Roni abriu na porta.
Marcela agradeceu o funcionário, que
certamente teria uma história para contar nos intervalos do hotel. “A louca que
achou ter perdido o amante para a morte”.
- Roni de Deus você quer me deixar maluca?
Você sabe quanto tempo eu fiquei tentando ligar pra você? Fiquei vinte minutos
na recepção parada feito uma idiota. Como é que você faz uma coisa dessas?
- Desculpa, eu peguei no sono...
Mas Marcela não conseguiu ficar brava muito
tempo. Ficou aliviada, na verdade, em saber que Roni estava vivo. Vivinho.
Vivíssimo. E de cueca.
O abraçou e deu um beijo. Sentiu-se uma
mulher de soldado quando o homem volta inteiro para casa.
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