terça-feira, 11 de outubro de 2016

Amores Wi-Fi - Temporada 7 Episódio 16: Um a Menos






As coisas entre Roni e Macela estavam realmente diferentes desde a última conversa. Na visão de Roni, e isso ele falou, era que Marcela havia “cagado e andado” para seus sentimentos.

Marcela tomou o cuidado de explicar que não, não havia desdenhado de suas intenções, mas que era importante conhecerem mais um ao outro. Se, por vezes, conhecendo bem alguém as coisas não funcionam, conhecendo pouco as chances eram bem menores.

Sentiu-se muito adulta por pensar assim. Em outros tempos, ela estaria no lugar de Roni. Ou talvez era apenas o medo? Não soube dizer a si mesma, em suas reflexões durante o tempo que gastava no coletivo ouvindo música e imaginando videoclipes.

Quando chegou em casa, depois de alguns contatos nada bem sucedidos para trabalho, resolveu escrever novamente no seu diarinho do Word. Fazia tme pó que não desabafava com ele.

“Olá diário.

Faz tempo que não converso aqui. Ainda bem que você me de graça, né? Porque tô falida. Bem, não tão de graça, tem a conta da luz, etc, mas enfim.

Tô um pouco preocupada, porque esse moço, o Roni, é um cara e tanto. Faz tempo que não me permito tanto conhecer alguém, e você bem sabe. Sempre reclamei das pessoas por coisas que eu mesma criava na minha cabeça.

Algumas vezes eu antecipei os finais, porque sabia que eles iriam chegar logo, e seriam bem doloridos.

Com Roni é diferente, eu apenas me deixo levar por ele. Mas não sei como vai ser, porque já vi que funcionamos em ritmos diferentes. Será que eu deveria abandonar as crenças pessoais que me dão segurança, ou apostar em alguma coisa assim, no escuro?

Você também não serve nem par ame ajudar, me dar uma resposta que preste. Não falo mais com você, humpf.”


***


O papo entre Bia e Davi até que fluiu bem. Parecia haver um interesse mútuo, mas nenhum sinal de que haveria algo mais íntimo. Talvez ele fosse envergonhado, ou apenas muito educado, e não quis forçar nada.

O fato é que o encontro estava chegando ao fim, e Bia não saberia quando o veria de novo.

- Vamos indo para a saída? Já estão vindo me buscar.

Disse ele, de forma cordial.

Na escada rolante Bia observou ele com mais atenção, pois acabou ficando na sua frente nos degraus. Era realmente bonito, tinha jeito de gente rica, e talvez ele tenha achado ela reles demais para ele.

“Eu vou dar na minha própria cara!”, falou em pensamento, diante daquela constatação depreciativa. “Como queria dar uns beijos nesse boy!”

Perto da saída, de repente, chegou duas senhoras bem distintas, bem vestidas.

- Bia, essa é minha mãe e minha tia.

*Beijinhos no rosto*

- Prazer, como vão?

- Estamos bem, obrigada! Vamos, Davi?

Falou a senhora, a sua mãe.

Davi, então, se despediu e disse que voltaria o quanto antes. Mas Bia sabia que era mentira, as pessoas falam coisas por educação.


E foi a primeira vez, em muito tempo, que foi apresentada para a mãe de um homem. Ainda que não tivesse (e nem iria) acontecer nada entre eles. Um a menos. Mas um dia seria apenas um. 

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